sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desastres climáticos afetam 300 mil habitantes no mundo


Um relatório divulgado hoje mostra que as mudanças no clima matam milhares de habitantes, principalmente nos países menos desenvolvidos.


As informações com os correspondentes, em Paris, Sônia Bridi e Paulo Zero.

Quando o ciclone Aila fez a água invadir as terras baixas de Bangladesh, esta semana, desalojou centenas de milhares de famílias e deixou 250 mortos e milhões sem ter o que comer, nem o básico para preparar comida.

As vítimas de Bangladesh, como as do Nordeste do Brasil, entram numa conta assustadora: 300 mil mortes, por ano, provocadas pela mudança climática.

Nove em cada dez mortos, estão nos países menos desenvolvidos e que, praticamente não emitem gases que provocam o efeito estufa.

O relatório do fórum humanitário global chega com o peso de 30 ganhadores do premio Nobel e alerta que em 20 anos o número de mortos vai dobrar assim como o de pessoas afetadas pelas mudanças climáticas.

Hoje são 325 milhões. Em 2030 serão 600 milhões, 10% da humanidade. A maioria sofre com a degradação do ambiente que leva à fome e o aumento das doenças.

Para fazer frente a esse desastre humanitário, os gastos com adaptação e socorro às comunidades mais pobres precisam ser multiplicados por 100, no mundo inteiro.

A apenas seis meses do encontro de Copenhague que deve determinar como as nações do mundo vão enfrentar o aquecimento global nas próximas décadas, o relatório põe uma face humana na tragédia da mudança climática.

O problema é que essa face é a dos países mais pobres e o poder de cortar as emissões, nas mãos dos ricos.

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